Em nossa vida o equilíbrio é proporcional ao nosso grau de contato com o nosso eu profundo, que sabe das nossas necessidades e é capaz de nos orientar em nossas decisões. Escolhas baseadas em necessidades reais são boas escolhas, mesmo que não compreendidas pelas outras pessoas. Devemos tomar muito cuidado para não perdermos o foco do que necessitamos, ficando sujeitos às ações e reações do mundo exterior.
Estar com a nossa consciência voltada para o mundo externo, suas pressões e tensões, é mantê-la distante do nosso núcleo, das nossas reais necessidades. Quando fazemos isso desenvolvemos máscaras, personalidades, que com o tempo se consolidam e tornam-se o que somos capazes de mostrar ao mundo.
Este mecanismo alienante, distante de nós mesmos, é o caminho das tentativas. Este caminho produz acertos e erros, em geral mais erros que acertos. A cada fracasso, a cada obstáculo mais resistente, sentimos frustração e sofrimento. Muito possível que na nossa próxima tentativa já antecipemos a dificuldade e é assim que criamos um ciclo frustração-medo.
A dor, a frustração e o sofrimento produzem o medo. Medo de passar pelas mesmas experiências novamente e reviver tais sentimentos. Ele bloqueia o nosso movimento, pois a ação pode causar dor e a paralisia é a nossa defesa.
O imobilismo não evita o sofrimento, somente o mascara, pois não produz crises agudas, nos deixando num estado de torpor em relação ao fluxo da vida. Cada vez menos a nossa vida é criada por nós mesmos.
O medo do futuro é uma maneira de evitarmos os desafios do agora, nos transpondo para um estado abstrato em que as nossa ações tornam-se sem efeito.
Importante não esquecer o início desse ciclo, quando para sermos aceitos e compreendidos nos afastamos das nossas reais necessidades. Não existem duas pessoas iguais e igualmente as nossas escolhas não podem ser iguais.
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